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Classificações:
Título:
A horta constitucional
Designações:
Litografia
Cronologia:
28/07/1881
Nº inventário:
MRBP.GRA.2840
Medidas:
Largura: 467,00 mmAltura: 325,00 mm
Descrição:
Folha dupla (4 pp.) de "O António Maria" de 28/7/1881. Na frente, ocupando duas páginas policromadas, sob o título "A horta constitucional", Zé Povinho, sentado em plena horta, apoia a cabeça numa albarda, enquanto lhe vai saindo do bolso uma nora, cujos alcatruzes figuram cabeças de políticos da situação (distinguem-se, entre outros, Fontes Pereira de Melo, Rodrigues Sampaio, Barros e Sá). Da nora vão jorrando moedas de ouro, enchendo um grande tanque; ao mesmo tempo, o aparelho vai regando a "horta constitucional", onde crescem repolhos (D. Luís), couves portuguesas (infante D. Augusto) ou pepinos (o conselheiro Arrobas). No fim de contas, o Zé Povinho é quem acaba por tudo pagar (por via da exploração do trabalho e da intensa punção fiscal) para garantir o normal funcionamento desta geringonça constitucional libero-capitalista); a qual continuava na prática a ser controlada pelo "coroado" Fontes, embora por interposto governo Rodrigues Sampaio. No verso, à esquerda, vários registos gráficos ilustrando o longo artigo "A nora do sistema" (relacionado de perto com a gravura anterior) : Rodrigues Sampaio, Rosa Araújo e o conselheiro Arrobas, discutindo acerca da nomeação de um sapateiro protegido pelo segundo para um lugar público; Rosa Araújo e Arrobas, de novo, agora indignados pelo facto de as suas pretensões não terem sido atendidas por Sampaio (à data chefe do governo); no final, o governo em peso caminhando em fila, sendo cada ministro seguido por um sapateiro oficial (distinguem-se Rodrigues Sampaio, Barros e Sá e Hintze Ribeiro). Na página da direita, registo humorístico sobre as celebrações do 24 de Julho, no Rossio, comemorações que o governo entendeu proibir nesse ano. Na margem inferior da página, ilustração humorística de um auto-de-fé, presidido por Fontes, entronizado e ladeado por Rodrigues Sampaio e Barros e Sá. Aos pés do trono, o carrasco é o conselheiro Arrobas. Trata-se de uma referência à prisão de Magalhães Lima, director de "O Século", por delito de imprensa, em nítido contraponto com a supressão da celebração do dia da liberdade.

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Museu Bordalo Pinheiro 2021
in web Acesso online à coleção Sistemas do Futuro