Gravura

Litografia Litografia colorida

28/11/1900

MRBP.GRA.3187

Altura: 340,00 mmLargura: 248,00 mm

Folha de "A Paródia" de 28/11/1900. Na frente, caricatura do conde do Restelo, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sendo o busto todo ele composto por uma montagem antropomórfica de chapéus altos ou cartolas, num registo político alegórico que sugere a tradicional "chapelada" eleitoral. De facto, nas eleições legislativas de 25 de Novembro, manifestou-se com grande visibilidade a política dos caciques, dos galopins e das "chapeladas", tendo saído vencedor o partido regenerador da facção afecta a Hintze Ribeiro. No verso, sob o título "A morte do porco ou o final do Faria", Bordalo retoma o tema ainda recente da exposição universal de Paris de 1900 (em que participou), tomando como bombo da festa o caricato visconde de Faria, cônsul de Portugal em Paris e comissário da representação portuguesa no notável evento. Aqui, Bordalo, que frequentemente ridicularizou o visconde nas páginas da "Paródia", apresenta-nos um mostruário humorístico da evolução do comissário, tomando como protagonista principal Ressano Garcia (presidente da comissão portuguesa para a exposição universal). Em tempo de encerramento da festa e do levantar das tendas, Ressano Garcia, em jeito de balanço, ilustra a nulidade e a mesquinha evolução do Faria, representado como um porco insuflável que Ressano vai enchendo a sopro - começando no "Faria a fazer-se", continuando com um "Faria feito" e desmesuradamente inchado e condecorado, até acabar no "Faria desfeito", agora desinflado e do qual apenas resta a vazia carcaça porcina.